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domingo, 27 de outubro de 2013

Conheça o novo Windows 8.1

Windows 8.1


Para o TechTudo
Hoje vamos fazer uma breve pausa na nossa série de colunas sobre os “discos” de estado sólido” em virtude a ocorrência daquilo que os especialistas em mercado de ações chamam de “fato relevante”: o lançamento pela MS de uma nova versão de Windows. Ou quase.
O “ou quase” corre por conta do fato de que a dita versão, o Windows 8.1, não constitui exatamente uma nova versão mas sim um conjunto de alterações introduzidas na versão Windows 8 que inclui o acréscimo de algumas funcionalidades. Mas estas alterações, sobretudo na interface com o usuário, foram tão significativas que não se pode considerar que Windows 8.1 seja apenas uma atualização, ou “update”, de Windows 8. É claramente mais que isso. Então é quase uma nova versão. Faz sentido, pois não?
Os que costumam ler as colunas que publico alhures já conhecem minha opinião sobre as razões que levaram a MS a liberar um conjunto de alterações tão importantes quase exatamente um ano após o lançamento do Windows 8. Para os que não as conhecem, vou resumi-las em um par de parágrafos, mas vou poupá-los dos comentários.
Em algum momento durante a evolução de Windows a equipe de desenvolvimento da MS concluiu que as máquinas de mesa convencionais, essas operadas com teclado e mause como a que provavelmente você está usando agora para ler estas mal traçadas, tendem a desaparecer. E as portáteis, tipo “notebook”, se também não desaparecerem, deverão ser bastante diferentes do que são hoje, particularmente no que tange a métodos de entrada. E chegaram a estas conclusões baseados principalmente em dois fatos. O primeiro é que um dos grandes obstáculos a ser vencido pelo usuário iniciante de computadores é aprender a trabalhar produtivamente com o teclado. E o segundo é o enorme sucesso e facilidade de uso destas novas maquinetas portáteis e de tamanho reduzido, os telefones espertos e os tabletes, que invadiram o mercado disseminando-se como uma praga. E grande parte deste sucesso é atribuído ao fato de que elas não usam teclado, mas sim telas sensíveis ao toque. Então, os gurus de Windows concluíram que teclado e mause desaparecerão a curto prazo (incidentalmente: estou de acordo com o fato de que desaparecerão ou, pelo menos, tornar-se-ão muito raros; só não concordo que isto venha a ocorrer tão cedo quanto pensa a MS).
Pois bem: considerando que o número de dispositivos com telas sensíveis ao toque aumenta cada vez mais (e não apenas nas categorias de tabletes e telefones, mas também na dos “notebooks”, que podem ser operados via teclado ou tela, e nas máquinas de mesa tipo “tudo-em-um”, ou “all-in-one”) e o número de máquinas operadas exclusivamente com teclado e mause se reduz ao longo do tempo, quando há pouco mais de um ano desenvolveram sua nova versão de Windows, a turma da MS decidiu que ela deveria ser tão versátil que pudesse rodar em todo o tipo de máquina. O que foi ótimo. E deram um passo adiante: seja qual for a máquina em que estivesse rodando, o sistema deveria apresentar a mesma interface. E, considerando as tendências acima mencionadas, decidiram que a interface deveria ser concebida e otimizada para ser usada nas máquinas com telas sensíveis ao toque. O que foi péssimo.
O resultado disto é que os usuários de telefones Windows, “surfaces” (os tabletes da MS), máquinas tipo “notebook” e “tudo-em-um” (qual será o plural disto? “Tudo-em-uns”? Eu, hein…) operadas via telas sensíveis ao toque, exultaram. E as centenas de milhões de usuários que ainda estão apegados a suas máquinas operadas com teclado e mause – como este velho colunista que vos escreve – urraram de desgosto. E lamentaram a falta do botão Iniciar a cujo uso foram praticamente condicionados pela MS há quase vinte anos, desde os tempos do falecido Windows 95. Nele, e em todos os seus sucessores até Windows 7, lá estava no canto inferior esquerdo da tela o botãozinho, alguns com uma caixa de aviso que apontava para ele e informava: “Começar aqui”. De repente somem com ele e não querem que reclamem?
Mas não foi só isto. Para quem estava acostumado com a boa e velha Área de Trabalho, seus ícones, sua Barra de Tarefas e Área de Notificação, se deparar com aquela tela estranha, cheia de quadradinhos, quadradões, retângulos e mais nada, sem qualquer pista sobre como se comportar, era uma tortura.
GPC20131024Tela do Windows 8.1 (Foto: Reprodução/Internet)
Resultado: como o número de usuários que se identificam com o parágrafo anterior (Ei! Olha um aqui”) é muito maior do que a MS pensava, o coro “Eu quero de volta minha Área de Trabalho e meu botão Iniciar” incorporou tantas vozes que se tornou quase ensurdecedor. E, pior (pelo menos para a MS): um ano depois de lançado, o novo sistema operacional patinava nos 10% de mercado, enquanto o Windows XP, o sistema operacional mais longevo jamais desenvolvido pela MS, com a provecta idade de doze anos (para um sistema operacional, cujo ciclo de vida esperado é de três anos, quatro vezes isto é provecto, sim), ainda segurava um terço do mercado.
Diante disto a MS teve que tomar uma providência.
Mas que providência poderia ser tomada? Desenvolver uma versão independente para máquinas operadas com mause e teclado mantendo a versão original para telas sensíveis ao toque estava fora de cogitação. Seria a inaceitável admissão de uma “bola fora” monumental…
Então fazer o que?
Diante deste dilema, a solução adotada pela MS no Windows 8.1 me pareceu a mais acertada e inteligente.
E qual foi ela?
Ora, manter exatamente a mesma interface do Windows 8 para quem a preferisse, mas introduzir nela alterações que permitiram aos velhos usuários de máquinas convencionais ajustá-la e configurá-la de forma a que ficasse tão parecida quanto possível com a velha interface de Windows 7. Inclusive trazendo de volta o botão Iniciar e, sobretudo, permitindo “pular” aquela tela inicial cheia de quadrados e retângulos e, ao inicializar a máquina, partir diretamente para a Área de Trabalho. Sim, a pranteada Área de Trabalho com todos os ícones que se desejar, com a Barra de Tarefas e Área de Notificação.
E acredito que mesmo os críticos mais severos deverão admitir que ela fez um bonito trabalho.
Na verdade, a reclamação mais comum nas diversas análises que encontrei por aí é que “a MS já deveria ter feito isto antes”, ou “esta deveria ter sido a interface inicial de Windows 8”.
O que, afinal, não deixa de ser um elogio.
No mais: estou usando Windows 8.1 e sua interface em meu trabalho diário e estou pra lá de satisfeito.
Quando terminarmos a série sobre SSDs, à qual voltaremos na próxima semana, e eu tiver acumulado mais experiência no uso do Windows 8.1, falaremos nele.
B.Piropo