Tendência é que professores sejam preparados para ensinar crianças.
Para coordenadora da PUC, fluência no idioma só se adquire com o tempo.
Apesar de o número de pessoas estudando inglês no Brasil ter crescido, o
domínio do idioma ainda deixa a desejar, segundo especialistas e
pesquisas na área. "Várias oportunidades foram perdidas pelo Brasil por
falta de profissionais com
domínio do inglês", afirma Rone Costa, gerente de desenvolvimento da Cambridge ESOL Examinations no Brasil. "Eram empresas que tinham projetos no país, mas acabaram optando pela Costa Rica e Argentina para levar projetos para lá por falta de mão-de-obra qualificada."
domínio do inglês", afirma Rone Costa, gerente de desenvolvimento da Cambridge ESOL Examinations no Brasil. "Eram empresas que tinham projetos no país, mas acabaram optando pela Costa Rica e Argentina para levar projetos para lá por falta de mão-de-obra qualificada."
Em se tratando de fluência, o Brasil atualmente perde para cinco países
da América Latina no índice mundial de proficiência em inglês feito
pela Education First (EF). Entre 2007 e 2009, mais de 2 milhões de
estudantes de inglês de 44 países foram avaliados, e os brasileiros
ficaram na 31ª posição, no limite entre as categorias "proficiência
baixa" e "proficiência muito baixa". O Brasil perdeu para Argentina,
México, Costa Rica, Guatemala e El Salvador, além de Malásia e Arábia
Saudita.
O ensino de inglês no Brasil, porém, está em expansão: entre 2010 e
2011, o faturamento das 73 redes de escolas de idiomas, que já somam
6.215 unidades pelo país, cresceu 11% e chegou a R$ 3,1 bilhões, segundo
levantamento da Associação Brasileira de Franquias (ABF). O número
total é ainda maior, pois os dados excluem escolas que não funcionam
como franquias de redes.
A educação em geral vem ocupando cada vez mais espaço no orçamento das
famílias. De acordo com a pesquisa do Programa de Administração de
Varejo da Fundação Instituto de Administração (FIA), as intenções de
gastos da classe C paulista com educação, no segundo trimestre deste
ano, foi de 21,8% da renda familiar. A porcentagem superou todos os
outros gastos, inclusive a alimentação.
Atendimento aos estrangeiros
Além da inclusão recente de parte da sociedade a serviços antes oferecidos para uma minoria, a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 fizeram do Brasil um palco de eventos internacionais. O mercado de turismo, porém, se deparou com profissionais sem capacitação para receber a quantidade de estrangeiros que deve desembarcar no país nos próximos anos.
Além da inclusão recente de parte da sociedade a serviços antes oferecidos para uma minoria, a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 fizeram do Brasil um palco de eventos internacionais. O mercado de turismo, porém, se deparou com profissionais sem capacitação para receber a quantidade de estrangeiros que deve desembarcar no país nos próximos anos.
Os brasileiros que se inscrevem em programas de intercâmbio para
estudar no exterior também sofrem com a defasagem no idioma. A
necessidade de ensino é tamanha que o governo federal fechou, em maio,
uma parceria com o British Council, ligado ao governo britânico, para a
aplicação de mais de 2.000 exames e 40 mil testes de nivelamento
gratuitos para alunos com perfil para participarem do Ciência sem
Fronteiras, que pretende oferecer, em quatro anos, 100 mil bolsas de
estudos em universidades internacionais.
Para a professora Vera Lúcia Cabrera Duarte, coordenadora do curso de
letras-inglês da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP),
embora esses eventos tenham impulsionado o ensino do inglês, nem todos
os cursos de idiomas visam à proficiência, e muitas das novidades das
escolas de línguas têm como objetivo oferecer um treinamento básico a
quem trabalha no setor de serviços.
Cursos online
Uma pesquisa da comunidade virtual de aprendizado Bussu, realizada em março deste ano com 45 mil usuários da rede, incluindo 4.600 brasileiros, mostrou que, no Brasil, a falta de tempo e o preço alto são as dificuldades mais citadas pelas pessoas na hora de aprender idiomas. Além disso, 15% das pessoas reclamaram da falta de acesso a falantes nativos da língua. Em outra questão, 28% citaram plataformas online e 22% mencionaram cursos de idiomas fora do país como ferramentas mais eficientes de aprendizado.
Uma pesquisa da comunidade virtual de aprendizado Bussu, realizada em março deste ano com 45 mil usuários da rede, incluindo 4.600 brasileiros, mostrou que, no Brasil, a falta de tempo e o preço alto são as dificuldades mais citadas pelas pessoas na hora de aprender idiomas. Além disso, 15% das pessoas reclamaram da falta de acesso a falantes nativos da língua. Em outra questão, 28% citaram plataformas online e 22% mencionaram cursos de idiomas fora do país como ferramentas mais eficientes de aprendizado.